A Infância tem coisas esquisitas
Se a adolescência é uma fase - como hei de descrever - bizarra?!! Deixem-me dizer que em certas circunstâncias a Infância não lhe fica atrás. No fundo, as crianças são seres...esquisitos e complexos, cujos hábitos, taras e manias nem sempre conseguem encontrar explicação nas teorias psicológicas ou da ...Biologia! Hoje, após anos de "maturidade" e contacto directo com estas "pessoas pequenas" e com os seus antecedentes genéticos...chego à conclusão que somos nós que não temos capacidade para os acompanhar...eles estão muito à frente nesta idade, chegam à adolescência e...esquecem tudo. Quantos de nós já não viveram momentos em que nos perguntamos: "Caramba onde é que deixaste a nave? Quem és tu que te apoderaste do corpo do meu filho" Ou mesmo já fomos os próprios ET'S sobre o olhar psicótico e o rosto boquiaberto dos nossos pais?
Pois bem...eu já fui uma "pessoa pequena" esquisita e complexa - entretanto curei-me (ou não!). Poder-se-ia dizer que era uma criança dada à musica, com bom ouvido e timbre, que acima de tudo gostava de tornar as manhãs e fins de dia verdadeiros momentos nostálgicos e relaxantes para todos os viajantes do autocarro 320 para Alverca. Ninguém até hoje consegue explicar o como? ou porquê?, mas o facto inegável era que eu sempre que passava pela fábrica de açúcar Sidul na N10, começava a cantar "Ah, ah, ah minha machadinha" findando somente a minha actuação na chegada a casa. Escusado será dizer que a minha irmã fez somente uma viagem ao meu lado, tendo reservado lugar cativo na retaguarda do autocarro. Restava-me a companhia da minha "Super mãe" que de rosto embaraçado e (phones nos ouvidos) rejubilava a sua promissora filha de 4 anos. O mais fascinante e arrepiante das minhas actuações, era que mesmo se fosse a dormir (coisa rara diga-se) acordava como que possuída por forças de uma quinta dimensão e abrilhantava os menos afortunados com mais uma sessão repetitiva e desastrosa de "Ah, ah, ah minha machadinha!".
Relembro com alguma nostalgia as conversas pacientes e ternas da minha mãe a cada entrada para o autocarro -" Filha não é que cantes mal, mas..." - e lá vinha um role de justificações cheias de bom senso e moral, mas ocas de persuasão. Durante bons anos fui conhecida como "Rouxinol do 320". Escusado será dizer que como boa mãe que a minha era e ainda é, qual quê "castrar" a pequena criatura de epiglote ressabiáda, em vez disso ao fim de dois anos (e desconhecimento de psicólogos na área) a minha mãe resolveu o problema...Passámos a vir de comboio.
Creio hoje, com algum desgosto, que os utentes do 320 terão agradecido eternamente à minha mãe e em honra da mesma comemorado com pompa e circunstância o reestabelecimento da sua tranquilidade e qualidade de vida.
Enfim...a Infância tem coisas...muitoooooooooo ESTRANHAS!
Pois bem...eu já fui uma "pessoa pequena" esquisita e complexa - entretanto curei-me (ou não!). Poder-se-ia dizer que era uma criança dada à musica, com bom ouvido e timbre, que acima de tudo gostava de tornar as manhãs e fins de dia verdadeiros momentos nostálgicos e relaxantes para todos os viajantes do autocarro 320 para Alverca. Ninguém até hoje consegue explicar o como? ou porquê?, mas o facto inegável era que eu sempre que passava pela fábrica de açúcar Sidul na N10, começava a cantar "Ah, ah, ah minha machadinha" findando somente a minha actuação na chegada a casa. Escusado será dizer que a minha irmã fez somente uma viagem ao meu lado, tendo reservado lugar cativo na retaguarda do autocarro. Restava-me a companhia da minha "Super mãe" que de rosto embaraçado e (phones nos ouvidos) rejubilava a sua promissora filha de 4 anos. O mais fascinante e arrepiante das minhas actuações, era que mesmo se fosse a dormir (coisa rara diga-se) acordava como que possuída por forças de uma quinta dimensão e abrilhantava os menos afortunados com mais uma sessão repetitiva e desastrosa de "Ah, ah, ah minha machadinha!".
Relembro com alguma nostalgia as conversas pacientes e ternas da minha mãe a cada entrada para o autocarro -" Filha não é que cantes mal, mas..." - e lá vinha um role de justificações cheias de bom senso e moral, mas ocas de persuasão. Durante bons anos fui conhecida como "Rouxinol do 320". Escusado será dizer que como boa mãe que a minha era e ainda é, qual quê "castrar" a pequena criatura de epiglote ressabiáda, em vez disso ao fim de dois anos (e desconhecimento de psicólogos na área) a minha mãe resolveu o problema...Passámos a vir de comboio.
Creio hoje, com algum desgosto, que os utentes do 320 terão agradecido eternamente à minha mãe e em honra da mesma comemorado com pompa e circunstância o reestabelecimento da sua tranquilidade e qualidade de vida.
Enfim...a Infância tem coisas...muitoooooooooo ESTRANHAS!