Para mais informações consultem o site da Companhia de Ópera do Castelo. Poderão aí encontrar outras propostas de espectáculos.
http://www.operadocastelo.com/
"Diz-me e eu esquecerei. Ensina-me e eu lembrar-me-ei. Envolve-me e eu aprenderei!"
Era uma vez uma menina que tinha uma imaginação muito, muito, mas mesmo muito grande. E sempre que imaginava uma coisa tudo em que pensava parecia ganhar vida. Ela via a mãe sempre vestida como um rainha, com cabelos dourados que chegavam ao chão e com a uma coroa que brilhava mais do que o Sol. O pai parecia um valente cavaleiro que usava uma armadura de prata toda fechada e que fazia muito barulho quando andava.
Isto era um problema muito grave para a menina, que todos os dias tropeçava nos cabelos da mãe e que tinha muitas saudades dos beijos do pai e da comichão que o bigode dele lhe fazia na cara. Mas o pior eram os monstros que a seguiam no caminho para a escola. Em vez dos colegas a correr de mochila às costas, a menina só via os monstros com que sonhava à noite.
Então um certo dia a menina decidiu ir ao médico para ver se ele a conseguia ajudar. Quando entrou viu um lobo muito velhinho que usava uma bata branca e tinha uns óculos sobre o nariz. O lobo disse para ela não se assustar e explicou-lhe que era um lobo médico e que ajudava as crianças. A menina explicou-lhe o seu problema e o lobo ficou uns minutos a pensar, enquanto coçava a cabeça cheia de pêlos brancos com uma das patas. Depois sorriu e disse que havia uma maneira muito fácil de resolver o problema, bastava que ela só imaginasse coisas boas.
Nessa noite a menina fez o que o lobo lhe ensinou e imaginou que o tecto do quarto estava cheio de estrelas. Quando adormeceu sonhou que conseguia voar entre as estrelas e que se conseguia sentar na Lua.
No dia seguinte desceu as escadas a correr e quando entrou na cozinha encontrou o pai e a mãe de mão dada. A mãe tinha o cabelo muito comprido mas já não tocava no chão e ela ajudou-a a fazer torradas com doce. O pai vestia uma camisola de lã muito quentinha e ela aconchegou-se no seu colo enquanto comia. No caminho para a escola encontrou os amigos que a chamaram a sorrir e fizeram uma corrida para ver quem chegava primeiro.
O tempo passou e a menina cresceu até ser uma mulher e começou a imaginar menos coisas, porque todos sabem que os crescidos não conseguem imaginar tantas coisas como as crianças. Mas ela nunca se esqueceu do velho lobo e ainda hoje, quando vai deitar os filhos, abraça-os com carinho e contam juntos as estrelas no tecto do quarto.
Rui Bernardo
Era uma vez uma gotinha de água que tinha uma preocupação muito, muito, mas mesmo muito grande.
Esta gotinha vivia numa nuvem bem lá no céu alto. A gotinha gostava muito de lá viver. O ar era muito puro, estava muito perto do Sol quentinho e na nuvem viviam muitas gotinhas amigas. A ideia de sair da nuvem para vir até à terra era uma ideia que não agradava nada à nossa gotinha.
E sempre que o tempo ficava um pouco mais escuro a nuvem onde a nossa gotinha vivia parecia ganhar vida, ficava muito agitada e quase todas as gotinhas de água que lá viviam caiam em direcção à terra.
Isto era um problema muito grave para a gotinha de água. Que se segurava sempre muito bem para não cair. Então certo dia ela foi ao centro da nuvem falar com a mais velha de todas as gotinhas que teve a ideia de dizer à nossa gotinha que tentasse deixar-se cair com as outras gotas. Explicou-lhe que não deveria ter medo de experimentar cair do céu. Contou-lhe que cair do céu podia ser uma aventura fantástica. Podia conhecer o oceano de perto, podia tocar na água de um rio, ou podia sentir as folhas das árvores ou até mesmo os frutos. Cair do céu com todas as outras gotas era uma aventura, mas podia ser muito mais do que uma aventura. Ao cair na terra as gotinhas de água iam ajudar a terra, as plantas e os animais a crescer. Pois todos os seres da terra precisam de água para viver e crescer.
A gotinha nunca tinha pensado daquela forma e toda contente seguiu caminho a pensar na conversa da gotinha mais velha. No dia seguinte, depois de uma noite muito bem dormida e de ter sonhado com a terra e as plantas, com o mar, os rios e os oceanos, a gotinha apetecia-lhe muito experimentar cair na terra e fez uma promessa a si mesma: da próxima vez que chovesse ela não se agarraria com tanta força à nuvem e desde então deixou de ter medo.
Chegou assim um dia em que o tempo ficou mais escuro e a nuvem uma vez mais pareceu ganhar vida, ficou muito agitada e várias gotinhas começaram a cair. A nossa gotinha encheu-se de coragem, respirou fundo e juntamente com outras gotinhas deixou-se cair.
E depois sabem o que sucedeu?
A gotinha iniciou uma viagem grande. Assim que ficou mais perto da terra sentiu-se a tocar nas folhas de uma árvore muito grande e foi escorregando de folha em folha.
Era uma sensação muito boa.
De uma folha passou para cima de uma bolota, esta nossa gotinha de água estava em cima de um carvalho, e foi escorregando de bolota em bolota, e de folha em folha.
A gotinha estava a adorar a viagem mas só pensava que nunca mais tinha fim.
O fim chegou e não demorou muito. Da última folha a gotinha caiu em cima de uma flor linda que assim que sentiu a gotinha sorriu dizendo Obrigada.
Xana Bernardo
Em Portugal, 29% das crianças entre os dois e os cinco anos têm excesso de peso. E 12,5% são obesas. É a conclusão do estudo da Plataforma Contra a Obesidade, que hoje será apresentado no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, e que, compara este grupo etário ao dos adolescentes (11 a15 anos). Demonstra que os mais novos estão mais gordos e que a dieta tem de começar logo no berço.
O Estudo de Prevalência da Obesidade Infantil e dos Adolescentes em Portugal Continental é o primeiro a ser realizado a nível nacional para estimar a prevalência do excesso de peso (pré-obesidade) e da obesidade em crianças e adolescentes. E confirma uma tendência que os especialistas têm constatado na prática clínica: os problemas de obesidade começam com crianças cada vez mais novas. O que significa que, se não forem tomadas medidas, teremos, no futuro, jovens e adultos muito mais obesos, sublinha João Breda, coordenador da Plataforma Contra a Obesidade (PCO).
A prevalência de crianças obesas dos 2 aos 5 anos é de 12,5%, mais 1,2% que no grupo dos 11 aos 15 anos. E a pré-obesidade afecta 29% deste grupo, mais 0,8% do que entre os adolescentes. E, neste último segmento, as prevalências diminuem com a idade. Em ambos os grupos, as raparigas revelam maiores problemas de gordura que os rapazes.
Há praticamente uma criança com excesso de peso em cada três no nosso País, quando a média europeia é de uma em cinco.
Isabel do Carmo, presidente do conselho científico da PCO, refere que as prevalências de obesidade infantil em Portugal são semelhantes às verificadas em Itália, Grécia e Espanha. Precisamente, os países onde se elogia a chamada dieta mediterrânica.
"Pode parecer um paradoxo, mas uma coisa é o que as pessoas comem no prato e outra é o que comem fora do prato", sublinha Isabel do Carmo. O problema mais grave são os erros alimentares que se cometem entre as refeições.
O estudo foi realizado em Portugal Continental e encontram-se mais diferenças entre sexos do que entre as regiões. Há mais adolescentes obesas no Sul do país, enquanto que a prevalência é maior entre os rapazes que residem no Norte. Em relação aos mais novos, não é feita uma diferenciação de género, sendo que as maiores taxas registam-se no Norte e no Algarve.
Tal como nas crianças, referem os autores do estudo, coordenado por A. Galvão-Teles, a escolaridade dos pais parece "condicionar mais a prevalência de excesso de peso e de obesidade nas raparigas ". Além disso, os adolescentes cujos pais têm menos que nove anos de escolaridade tendem a apresentar as percentagens mais elevadas quer de excesso de peso, quer de obesidade.
No caso das crianças entre os 2 e os 5 anos, são sobretudo as que têm pais com menos de seis anos de ensino que apresentam maiores índices de obesidade.
"A educação alimentar deve começar desde cedo e a partir do momento em que a criança tem a sua diversidade alimentar completa", defende Rodrigues Abreu, um dos autores do "Grande Livro da Alimentação Infantil ". O principal obstáculo que encontra é "a vida ocupada dos pais, tornando-se difícil pensar e antecipar as escolhas alimentares". Isto porque "a disponibilidade de alimentos é muito maior actualmente e torna-se imperativo saber escolher".
Os dados do estudo da PCO serão tratados no âmbito da tese de doutoramento de Ana Miranda e de mestrado de Inês Santos. Incide sobre uma amostra de 2560 adolescentes e 2243 crianças entre os dois e os cinco anos. Os critérios para medir a obesidade são os norte-americanos, do Center for Disease Control and Prevention, e que definem os níveis de crescimento médio das crianças."
in Diário de Notícias
Quanto a nós só nos resta acrescentar: uma alimentação saudável faz uma criança saudável! Vamos todos ter atenção e mais cuidado em relação à alimentação e seus excessos.
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