quarta-feira, 29 de abril de 2009

Parabéns ao Sr. Manel

Distribui-nos o pão há mais de 30 anos. Mas anda pelas ruas de Lisboa há mais de 40. Hoje faz 71 anos e assim prestamos-lhe esta justíssima homenagem!!!


Esta visita diária ajuda-nos a não esquecer algu
mas das tradições que têm vindo a perder espaço e expressão na vida citadina. A pedalar Lisboa de porta em porta para distribuir o pão, o Sr. Manuel provoca sempre os olhares e sorrisos mais ternos de quem conheceu uma Lisboa onde ele não era o único e onde a "pressa" era um conceito muito relativo.
Enfim...tempos modernos - é o que se diz. São os tempos em que o pão já não se faz apenas pela madrugada, em que o calor e a cor da lenha deram lugar ao materialismo da electricidade, onde as mãos enrugadas e grosseiras dão lugar ás luvas de látex brancas e claro, são os tempos de um pão com sabor fugaz e insaciável.

Parabéns Sr. Manel! Obrigada!!

5 comentários:

susyr disse...

Fantástico!!!
Muitos Parabéns pelo aniversário e por preservar velhas tradições da cidade que sabem tão bem

Petra disse...

Os meus parabéns também a este senhor com que me cruzo quase todos os dias, há quase 3 anos ... e não fazia a menor ideia do nome.
Parabens!!!!

sw disse...

Que bonito post!

Parabéns ao senhor Manuel pelos seus 71 anos e pela profissão que mantém não obstante estar em vias de extinção, para mais pedalando uma bicicleta bela e robusta como parece. É digno e raro de se ver!

De facto, quem não gosta de quem nos traz pão fresquinho logo pela manhã?
Também tivemos um distribuidor de pão à porta há muitos anos atrás, recordo-o já com saudades. Agora vejo que nem sei o que se terá passado com quem então nos enchia com paposecos o saquinho pendurado do lado de fora da porta. Talvez os meus pais o saibam…para averiguar.

Inês disse...

É tão bom saber que mesmo em plena cidade de Lisboa há tradições que se mantém! Parabéns Sr. Manel, continue a trazer-nos pão fresquinho todos os dias!

Xana disse...

Concordo com a Sofia que disse que bonito post.
Também quando eu era pequena, em casa da minha mãe, ia-se pôr o pão à porta. Na véspera deixavamos na maçaneta da porta um saco de pano, que tinha bordada a palavra pão, e um papel que dizia o número de paposecos que queríamos. Uma recordação já muito antiga.
A cara do Sr. Manel é-me familiar há 5 anos, sempre ali perto da escola, muitas vezes na 5 Outubro do outro lado do cruzamento e não fazia ideia que entregava o pão na escola.
Parabéns ao Sr. Manel e que continue com esta profissão já tão rara.