Sabem qual é o resultado?
Na passada quinta-feira técnicos e pais foram convidados a ultrapassar a lógica matemática e a reflectir sobre um problema que vai muito além dos números. Sempre com o mesmo humor, a que os participantes já nos habituaram, foi possível pensar e compreender a individualidade, a conjugalidade, a parentalidade e a separação e divórcio. Partindo do pressuposto que é possível manter "cada macaco no seu galho e todos numa árvore", foi debatida a importância de manter e reajustar os papéis e funções de cada um.
Através de problemas e soluções confirmámos que é necessário à nossa harmonia e bem-estar, que existam espaços e momentos distintos para cada entidade. Ser "pai" e "mãe" exige muito de nós, no entanto, devemos sempre preservar momentos a dois (para manter a paixão, o amor, a intimidade e as bases da união), bem como, momentos para si próprio (alimentando a liberdade pessoal, os gostos, a vida social e os hobbies). Se não soubermos manter estas entidades dificilmente estaremos disponíveis emocionalmente para levar a cabo apenas uma delas a 100%. Por outro lado, devemos também enquanto pais ajudar os nossos filhos a construir a sua identidade e a saber gerir os seus diferentes papéis, e isto só é possível se formos os seus modelos e também soubermos levar a cabo este princípio.
Viver centrado na parentalidade traz algumas consequências para a relação de casal e para a individualidade, bem como, para o crescimento emocional dos filhos.E então qual é o resultado?
A conjugalidade não é a soma do "Eu" e "TU", antes um "Nós" como terceira entidade que se cria a partir dos laços que unem duas pessoas que continuarão, também, a alimentar a sua individualidade. A parentalidade faz nascer três novas entidades (Pai, Mãe e Filho) que se interligam entre si e não anulam a existência e manutenção das anteriores.É possível conjugar tudo?
A conjugação e manutenção de todas estas entidades ao longo do percurso de vida, promove também uma boa resolução de um processo de separação e/ou divórcio. Porque no fundo não podemos esquecer que a separação é referente ao "Nós" conjugal e não ao "Nós" parental. Assim, é mais fácil ajudar os filhos a ultrapassar o divórcio dos pais, evitando uma amálgama de sentimentos que ganham forma e expressão na ausência de limites e fronteiras de cada um.Obrigada a todos os participantes, cujas questões e testemunhos foram fundamentais ao enriquecimento deste seminário.
Um forte agradecimento aos "Pais Colaço" que tão nobremente partilharam a sua história.